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Archive for dezembro \30\+00:00 2004

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Os fogos anunciam a chegada de um ano novo !

É hora de refazer seus sonhos ainda não realizados

e acreditar que irá concretizá-los.

Soltar um olhar solidário e acalantador para os seus amigos e bocejar para os inimigos.

Aprender com os erros do ano já ido e brindar o ano bem vindo com um sorriso.

Correr ao encontro daquele amor ainda não perdido

ou surpreender mais uma vez o amor já conquistado.

Desejo a você um ano repleto de luz, amor, saúde e prosperidade.

Meus queridos Amigos, tudo de muito bom a vocês !

Um Feliz 2005 !!

Beijos

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    Olá meus amigos, tudo bem com vocês ? Comigo tudo jóia !

    Hoje estou voltando com o último texto que ganhei ! Dessa vez quem me presenteou foi meu querido amigo Marcello, também conhecido com Dam. O Dam, é meu colega de profissão e de cafonices, nossos cérebros juntos são capazes de coisas como Deus duvida … só pra vocês terem noção, ele que junto comigo fez a versão em inglês de Cavalgada, do Rei Roberto Carlos e que junto comigo, teve a terrível idéia de que esta versão em inglês merecia um dueto de Barry Manillow e Mariah Carrey … hahahaha

    Como vocês podem ver, o cara não é fraco não ! O Dam não tem blog, então vira e mexe ta colaborando comigo.

    Então, que tal vocês curtirem este texto, super legal ? Vamos lá ?

A Breguice do Meu Amigo Dam !

    Acho que sou filho da breguice mesmo, pois fui criado na base da minuta-de-fubá-com-goiabada e bolo maracanã de mercearia; É sim!, minha merenda no grupo escolar (grupo escolar era brega de mais da conta sô!!!) nunca tinha café com leite (frio) e pão com manteiga, sempre rolava umas tosquices, que minha mãe vendia em seu afamado estabelecimento comercial, e Coca cola é claro!

    Daqueles anos difíceis, eu relembro ainda, a chegada em casa, de minha avó, quando à tardinha, o Julio Louzada entoava a Ave Maria das 6 horas da tarde; – e agora vocês vão dizer: Putz, esse cara além de brega, é velho hein?!?!?! – mas tudo bem, só confesso que estou na casa dos trinta e uns e que tenho muita boa lembrança de tudo que vivi…
Desligava-se o rádio e dava-se lugar à TV, maravilha do consumo da década de 70, onde assistíamos, compadecidos, as desventuras de Isaura, a escrava branca de Bernardo Guimarães e seu algoz Leôncio, adaptada, pelo, hoje cult e considerado chique, autor de novelas Gilberto Braga.

    Outra lembrança brega que me ocorre agora, relacionada com a TV naquele período, é que a dita cuja era P&B e a assistíamos em indefectíveis telas “mascara negra” da Philips, autênticas austríacas. Quem queria ver “Isaura” colorida, tinha que ir à pracinha do Vital Brazil, onde uma resplandecente televisão de 20” concentrava à sua volta uma legião de donas de casas, jovens de volta da escola e senhores aposentados que jogavam dominó…Lerê…lerê…lerê, lerê, lerê…

    Voltando à breguice instalada em casa, o páreo era duro. Se fugia de casa, onde minha mãe ouvia “101 cordas”, “Românticos de Cuba” e os grandes sucessos do cinema nas versões orquestradas de Frank Pourcel, por outro lado, caia na armadilha de minha avó que não perdia um Show do Roberto Carlos na Rádio Globo com o Haroldo de Andrade, além de estudar violão com o repertório do Cauby Peixoto, Altemar Dutra e seus congêneres.

    Toda a tarde era aquela divagação romântica, até hoje “Cavalgada” é uma marca indelével em minha lembrança, tanto que transformamos, aqui no blog, em uma versão cult para o finaflordobrega, pensando no sucesso na voz de Celine Dion em possível dueto com Barry Manilow…ow Mandy!!! – Iria abalar Vegas em chamas!

    A convivência próxima com minha avó reservaria ainda outras nuances em minha formação brega. Programa do Bolinha, Chacrinha, Silvio Santos e Qual é a Música? e tantas e tantas novelas; da extinta TV Tupy às “Roliudianas” tramas de Janete Clair para a Globo, moldaram profundamente minha personalidade brega.

    Como esquecer de Vanuza e Ronnie Von em Cinderela 77??? – E o Herculano Quintanilha de O Astro, com seu indefectível turbante e sua partner que lançou o bordão: …”pensar professor, pensar”…

    Daí para frente chegam os malditos anos 80. Esta fase eu tenho que pular, afinal, minha depressão profunda aborrecente, só fez com que eu me entocasse em uma “ostra” de reflexões que fizeram com que eu me rebelasse contra o meu mundinho brega; Então iniciei minhas incursões em Nietzsche, Maquiavel e a dita musica erudita.

    Claro que não deixei de observar o mundo à minha volta, confesso que fui a um show da Blitz e mesmo à noite New Wave do Rock in Rio 85 com direito a B52 e Kid Abelha e os Abóboras Selvagens (essa toponímia deve deixar a Paula Toller enrubecida nos dias de hoje com seu ar de diva cool); mas essas recaídas foram pura rebeldia comigo mesmo.

    Aliás, vale lembrar que a cerveja oficial do Rock in Rio foi a Malt 90. Uma das piores cervejas jamais produzidas, popularmente conhecida como Malt Nojenta. Apenas um copo seria suficiente para causar uma ressaca digna de um porre de creme de ovos Dubar.

Naquela época entrei na faculdade (entrei muito cedo ta? – tinha só 16 anos quando passei para arquitetura na USU) e fui testemunha de que uma pseudovida chique tinha lá o seu pé enrascado na lama da breguice. Afinal, o que eram aqueles herdeiros da Company, com suas mochilinhas emborrachadas e seus perfumes Azzaro??? – querem mais brega do que isso?
E o gel de cabelo com glitter que alguém aqui já comentou, o look total das lojas do Rio Sul, onde 11 entre 10 Patys & Mauricios matavam aula.

    Bem, a rebeldia daqueles anos fez com que eu ficasse mais forte e pudesse apurar meu filtro para as breguices do bem e àquelas do mal.

    Os anos 90 ainda são recentes e precisamos de distanciamento para comentar, mas como profissional de arquitetura, não posso deixar de lembrar da onda (quase um Tsunami) das pátinas, texturas e acabamentos satinnée que a decoração dos nineties nos deixaram. Ainda hoje tem muita clinica na Barra que ainda não saiu desse túnel do tempo.

    Bom mesmo é poder relaxar e ler os posts inteligentíssimos do finaflordobrega, que me sinto uma espécie de fundador (sem nunca ter sido) e baixar musicas inesquecíveis no Kazaa.

    Lady Zú, Elisangela ( é! – ela sim! A atriz gravou um único sucesso que até hoje é cult – “pertinho de você”), Gretchen e a melô do piripiripipiri piripip Aah! Uh! e tantas outras me fazem voltar no tempo e pensar que éramos felizes e não sabíamos.

    Pessoal, não sei vocês,mas eu me diverti horrores como texto do Dam !

    Dam, meu querido, você de certa forma é um fundador do Brega sim ! Quem mais além de você e do Decks, embarcava nas minhas maluquices ??? E as gargalhadas que essas músicas, bobagens nos rendeu ? Bom demais ! Portanto você é um imortal ( é, aquele que parafrasenado Sandy e Júnior, não morre no final ! (SIC !) da Academia Brasileira do Brega, e claro, sócio fundador do Fina Flor sim ! hahahaha

    Muito obrigada por sua companhia, pelo texto, pelas gargalhadas enfim ! Valeu mesmo !

    Aproveito para agradecer a todos que estão sempre por aqui particpando, brincando e a todos os queridos amigos que participaram com os textos, mais uma vez , MUITO OBRIGADA !

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Breguice assumida ?! Hummmm…

    Oi Pessoallllllllllll !!! Tudo joia com vocês ? Comigo tudo bem !

    Estou voltando, com outro presente, dessa vez, do meu amigo Guto, que me proporcionou uma grande surpresa !

    O Guto, é sociólogo, mora em belo horizonte e gosta de “ficar sentado na calçada conversando sobre isso e aquilo, coisas que nóis não entende nada*”. Lá no Neosaldina com Coca-cola, ele escreve sobre tudo, e sempre vale a visita !

    Então chega de enrolação ! Vamos ao que interessa !

………………………………………………….
Vidas Paralelas

    Dias desses andava à toa pelas ruas do centro da cidade. Uma placa, dessas que ficam na entrada dos edifícios mais altos, me chamou a atenção. Tinha de tudo no prédio. Conserto de óculos, sebo, escritório de advocacia, despachante, detetive particular, salão de beleza, ourives. Mas o que mais me interessou foi o pequeno anúncio de uma clínica de “Terapia de Vidas Paralelas”. Não é “Vidas Passadas” não. É “paralelas” mesmo. Décimo quinto andar, sala 1509.

    Nunca iria a um lugar como aquele. Mas alguma coisa me levou até lá. Cheguei à sala. Vazia. Umas poltroninhas de vime aguardavam os clientes. Havia uma campainha. Toquei. A porta se abriu. Apareceu uma mulher que se apresentou e me convidou para entrar.

    Expliquei que não entendia porque tinha ido até ali, que não acreditava em nada daquilo, mas que uma curiosidade súbita e irrefreável havia se apossado da minha pessoa. A doutora explicou que é assim mesmo que acontece quando se cruzam de súbito as nossas existências paralelas. No meu caso, segundo a terapeuta, poderia ter sido o cheiro de pastel com caldo de cana que exala da lanchonete da esquina ou o som que vem da banca de CDs piratas que fica de frente para a entrada do prédio. Passou a discorrer sobre a sua teoria.

    Nós somos vários, disse. A realidade é multidimensional e estamos em todas elas. Nossas vidas se constituem pelo entrelaçamento de inúmeros acontecimentos probabilísticos. E toda probabilidade que não se realizou aqui, nesta dimensão atual, aconteceu em algum lugar. Em outra dimensão. Em situações normais não temos consciência disto. Somos vários, porém ignorantes uns dos outros. Mas a “Terapia de Vidas Paralelas” está aí para resolver este problema, falou a doutora.

    Perguntei porque alguém teria interesse em conhecer os seus próprios “outros possíveis” probabilisticamente desacontecidos aqui, mas vivinhos da silva em mundos paralelos. Ela explicou que todos somos vítimas inconscientes da interferência que as nossas várias personalidades dimensionais exercem umas sobre as outras. Pedi um exemplo para facilitar.

    Após a ressalva de que estaria se restringindo, para fins didáticos e científicos, ao campo da cultura, ensinou com calma a professora: Com certa freqüência, pessoas de gosto refinado, acima de qualquer suspeita, se surpreendem atraídas por alguma coisa que escapa dos altos padrões estéticos, literários ou morais com os quais estão acostumadas. Na maior parte das vezes, as pessoas reagem desqualificando profundamente o objeto da atração e culpando os outros pelo deslize.

    É a empregada que insiste em ligar o rádio naquela estação horrível. É a televisão que rebaixa cada vez mais o nível da programação em busca da audiência. É o vizinho que acabou de comprar um CD novo daquele grupo romântico. Muitas desculpas que não amenizam o desconforto de uma resvalada no mau gosto.

     O que as pessoas não sabem é que todo aficionado por jazz aqui pode ser um amante do bolero em outra dimensão. Toda consumidora da Daslu pode usar colant de oncinha lá do outro lado. Todo apreciador de Jack Daniels pode não dispensar um San Remy no mundo paralelo. Tomar consciência de suas múltiplas existências pode servir para quem pretende deixá-las bem separadas umas das outras ou para quem prefere sair do armário multidimensional e jogar tudo numa verdadeira sopa de restos.

    Meio tonto com tantas informações, fui embora sem me submeter ao tratamento. Mas comecei a entender por que eu, um apreciador de Charlie Parker, quase comprei uma coletânea do Kenny G outro dia.

    Gente, eu adorei esse texto, me rendeu boas risadas, me fez lembrar aquelas pessoas que não assumem que escutam alguns cantores bregas, que não assumem que assistiam Chacrinha … enfim … pra quem tava mudando de canal e numa mudanças dessas passou pelo programa ! hahaahahahaha

    Bom, ficando por aqui, o próximo texto é do meu querido Dam, que tava sumido, mas que reapareceu e já me reaparece com um presentão que faço questão de dividir com vocês !

     Ahhh já ia esquecendo, mas to adorando o intercâmbio que estes posts vêm promovendo, a galera se conhecendo, visitando os blogs dos meus amigos, enfim , maravilha !!!

    Um beijão enorme a vocês ! 🙂

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Surpresasssssssssss …

    Oi Pessoal, tudo bom com vocês ? Comigo tudo jóia !

    Bom, estava eu aqui, já pensando em voltar a minha programação normal, já que o último texto que ganhei já havia sido publicado. Quando abro meu e-mail… que surpresa !!!!

Ganhei mais dois textos, um do Thiago, que é um leitor que tem um “blog irmão”, que fala do brega de um jeito muito próprio, muito bom e que sem dúvida alguma merece a visita ! E, a maior de todas, um texto maravilhoso do Guto, o “juntado” da Mônica.

    Quase cai dura pra trás, to super feliz ! Então dando continuidade, ai vai mais um texto !

    Então com vocês o texto do Thiago, que escreve sobre breguices como ninguém !

CHORANDO SE FOI:
A HISTÓRIA DE UMA MÚSICA TRILÍNGUE
por Thiago de Góes

    Uma história interessante a da música Chorando se Foi, lambada conhecida do público brasileiro, que a ouviu na voz do grupo Kaoma, no final dos anos 80. Basta dizer que ela propiciou uma enorme briga judicial por direitos autorais, já que envolveu versões em três línguas distintas: português inglês e espanhol.

    A música original, intitulada LLorando se fué, foi gravada pelo grupo folclórico boliviano Los Kjarkas, num ritmo local conhecido como saya. Em razão de os brasileires não terem pago os direitos autorais, seguiu-se o longo conflito na justiça, que por fim deu ganho de causa aos bolivianos.

    Em entrevista concedida ao jornal argentino Página 12, em 11 de novembro de 1999, o líder do grupo, Hermosa, fez as seguintes declarações sobre o conflito: “foi algo mais que um plágio. Aqueles que quiseram roubar esta saya, que tínhamos feito em 1982, tiveram uma atitude de desprezo, como quem diz há uns bolivianos aí que fizeram uma música. Vamos roubá-la”. E acrescentou: “Eu não sei dançar nenhum passo da lambada, e nem quero aprender”.

    Mas toda essa briga não envolve apenas os dois grupos. Há mais uma figura na jogada: a cantora brasileira Márcia Ferreira, que se diz autora da versão em português e também reclama do Kaoma os direitos pela versão brasileira. A cantora mantém uma página na internet, onde estão desponíveis várias notícias e opiniões publicadas em jornais do Brasil e do mundo, que dão conta da enorme briga judicial internacional decorrente das gravações de Chorando se Foi.

    Todos sabemos do sucesso internacional alcançado pela lambada. Foi em conseqüência do tamanho deste sucesso que a música ganhou uma versão na língua inglesa. Intitulada The Lambada, a versão inglesa foi gravada pelos cantores Cutty Ranks e Wayne Wonder e incluída na trilha sonora do filme americano The Lambada, The Forbiden Dance.

    Casos recentes na música popular brasileira também geraram polêmica em relação aos direitos autorais. A música Morango do Nordeste, que chegou aos ouvidos do grande público brasileiro através da voz de Lairton e seus teclaldos, é o exemplo mais evidente. Inúmeras versões foram gravadas por uma grande quantidade de bandas e cantores, em diversos rítmos distintos, abrindo espaço para os conflitos judiciais.

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CONHEÇA AS LETRAS DAS TRÊS VERSÕES

CHORANDO SE FOI (KAOMA) LL0RANDO SE FUE (LOS KJARKAS)

Chorando se foi

Quem um dia só me fez chorar (Bis)

Chorando estará

Ao lembrar de um amor

quem um dia não soube cuidar(Bis)

A recodação vai estar com ela aonde for

A recordação vai estar pra sempre aonde foi

Dança, sol e mar, guardarei no olhar

O amor faz perder e encontrar

Lambando estarei, ao lembrar deste amor

Por um dia, um instante, foi rei.ii

Llorando se fué i

Y me dejó sólo sin su amor(Bisi

Sólo estará , recordando este amor

El tiempo no puede borrar

Sólo estará , recordando este amor

Que el tiempo no puede borrari

La recuerdo hoy

Y en mi pecho no existe rencor

La recuerdo hoyi

Y en mi pecho no existe rencor

Lejos estará, recordando el amor

Que un día no supo cuidar

THE LAMBADA (ENGLISH FROM MOVIE VERSION/ CUTTY RANKS &WAYNE WONDER)

Now he’s gone away, only man who’s ever made me cry,

Not so far away, far enough to make me want to die

Crying over me/ is what he’s going to be

when he’s hit by the need of my love

Crying he will be/ whem he’s dreaming of me

And decides that he needs what was lost

All the memories, follow me wherever I may go

Haunting melodies, playing in the night to let me know

Dance along with me/ with the sun and the sea

Only love makes one fell so sublime

Do a dance with me/ To a love fantasy

That for one precious moment was mine

Dance along with me/ Mr. Sun, Mr. Sea

Keep the feeling so strongand so tender

Do a dance with me/ To a love Fantasy

Just for one day of total surrender

    Gente esse post não foi demais ? Thiago, muito obrigada, viu ? Fiquei super felis e adorei o presente !

    Pessoal, espero que estejam curtindo como eu ! Um beijão enorme a vocês e até a próxima !

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Ainda tem mais !!!

    Olá pessoal ! Tudo bem com vocês ? Comido tudo jóia, apesar da correria danada, mas enfim … voltei !

    E voltei com mais um presente… desta vez com o que eu poderia chamar ( plageando a dona do texto !) de Breguice em gotas !

    O Texto de hoje, é de uma amiga muito querida, uma das melhores pessoas que conheci através do blog, uma amigona. A Mônica, é minha colega de profissão e conseqüentemente colega de aventuras … sim , a arquitetura por vezes é uma aventura !!! E pra nós que aventura era fazer pipoca com a panela destampada …. isso tudo superou as expectativas ! hehehehe
    Bom, vamos ao que interessa … Diretamente do Monocômio para a Fina Flor do Brega …

Minha primeira lembrança musical é breguérrima. Segundo minha mãe, eu tinha uns três ou quatro anos. O rádio estava ligado e começou a tocar a canção “O telefone chora”. Fiquei fascinada! Pode ser construção da minha imaginação, e não uma lembrança verdadeira, mas eu tenho a vaga impressão de que estava em uma das várias cozinhas das várias casas em que morei quando ouvi essa música pela primeira vez. Eu era uma titica de gente, mas acredito que me lembro sim. E como já disse a sábia e chiquerrimamente brega Loulou de Cacharrel, “a breguice vem de berço”.

***

Fui crescendo e, felizmente, não perdi minha breguice essencial. Ainda me lembro de como me divertia assistindo ao Programa do Bolinha, o gordinho careca que usava aquelas camisas inacreditáveis. Sinto falta daqueles programas de TV que, na época, eram considerados de mau gosto. Mau gosto nada! Eram divertidos, interessantes, com aquele charme alternativo que parece estar acabando. Não apelavam para o sofrimento alheio e davam voz a uma parcela da sociedade que a finesse ainda cisma que não tem qualidade. Pois os finos de plantão não sabem o que estão perdendo.

***

Houve uma época em que a Gretchen aparecia com muita freqüência no Programa Sílvio Santos. Durante um período ela passou a se apresentar com figurinhos sempre iguais, um top e uma sainha de couro. A única coisa que variava era a cor. Ah, eu fiquei encantada com aquilo! Bastava saber que a Rainha do Bumbum ia se apresentar em algum programa para que eu fizesse questão de conferir que cor ela usaria naquele dia. E fico pensando: será que a Gretchen ainda tem aquelas roupinhas guardadas?

***

Brega frustrada: um de meus sonhos era ter o cabelo igual ao da Perla. Nunca consegui.

***

1994, Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Eu estava fazendo um estágio em arquitetura e urbanismo durante as férias de julho numa cidade minúscula cujo nome era inversamente proporcional a seu tamanho: Senador Modestino Gonçalves. Antigamente era chamada de Mercês, isso quando ainda era apenas um distrito. Fiquei hospedada com duas moças, uma professora rural e uma engenheira agrônoma da Emater. Mas quero mesmo é falar sobre quem me despertava todos os dias bem cedo: Amado Batista. Acho que os vizinhos haviam comprado há pouco tempo um disco do cantor, e o ouviam o dia inteiro. Até hoje, se ouço “Princesa” ou “O Ônibus”, fico toda arrepiada. Vejam que versos lindos, singelos:

quando o ônibus

sumir na estrada

lágrimas vão rolar

dos olhos meus…

Essas músicas fazem parte de um período especial da minha vida, e sempre que as escuto tenho um dos meus “momentos ai, ai”.

***

2004, Belo Horizonte, MG. Estávamos aqui em casa, eu e o Guto, cada um dando suas navegadas específicas pela internet. Como o danado tem muito mais talento do que eu para encontrar coisas interessantes na web, logo puxei minha cadeira para perto dele. Começamos a ouvir pérolas dos anos 70. Quando começou a tocar “Sandra Rosa Madalena”, o Guto fez uma observação que não esqueço, e que acho certíssima: os arranjos, a letra, a qualidade da música brega da época eram ótimos. Havia um cuidado, um carinho enorme na elaboração das canções. Além disso, todos caprichavam no visual, na presença em cena. Coisa de quem gosta do que faz, que tem respeito por seu trabalho e pelo público.

E trinta anos depois de ouvir pela primeira vez “O telefone chora”, agradeço à Loulou por me fazer pensar em tudo isso. Ao recordar tantos momentos gostosos de minha vida, percebi que a breguice não apenas vem de berço, mas continua, felizmente, por toda a vida.

    Gente, esse texto me trouxe tantas lembranças, eu adorei ! Mônica, mais uma vez , valeu ! Brigadão ! Adorei sua participação !

    Vou ficando por aqui e volto ainda essa semana com mais um post que ganhei… uma surpresa que gostei muito ! Beijos e até !

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